terça-feira, 23 de novembro de 2010

Saudade de Minha Terra


De que me adianta, viver na cidade,
Se a felicidade não me acompanhar.
Adeus paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar.
Ver na madrugada, quando a passarada,
Fazendo alvorada, começa a cantar,
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar;
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.

Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado;
Esta nova vida, aqui na cidade,
De tanta saudade eu tenho chorado,
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
Eu fico com pena, mas esta morena,
Não sabe o sistema em que fui criado.
Tô aqui cantando, de longe escutando,
Alguém está chorando com o rádio ligado.

Que saudade imensa, do campo e do mato,
Do manso regato que corta as campinas,
Aos domingos ia, passear de canoa,
Na linda lagoa de águas cristalinas;
Que doce lembrança, daquelas festanças,
Onde tinha danças e lindas meninas,
Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria,
O mundo judia mas também ensina.
Estou contrariado mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas.

Pra minha mãezinha, já telegrafei,
Que já me cansei de tanto sofrer;
Nesta madrugada estarei de partida,
Pra terra querida que me viu nascer;
Já ouço sonhando, o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada, clareando as estradas,
A relva molhada desde o anoitecer.
Eu preciso ir, pra ver tudo alí,
Foi lá que nasci, lá quero morrer.

Linda composição de Goiá, relata a angústia e a tristeza do migrante sertanejo .

Esta música nos faz pensar se realmente migrando para as grandes cidades encontramos oportunidade e garantia de realização e de satisfação com nossas escolhas.
Muitos são os individuos que partem em busca de garantia e melhora de vida, mas na maioria das vezes acabam se deparando com outra realidade que lhes causam desapontamento e sofrimento.
Ao chegarem nestas regiões se deparam com o descaso, com a fome, com o desemprego e muitos acabam tendo que morar nas ruas e se arrependem amargamente de terem partido de suas regiões de origem, o mais doloroso é que muitas vezes a volta se torna impossível pois se já eram pobres, nas grandes cidades se tornam miseráveis, vítimas da ilusão.
A luta é grande pela sobrevivência e com alguma chance este quadro pode ser mudado.

Por: Janaina

Krukutu nova concepção de futuro



Mapa da entrada da aldeia
No inicio quando  nos foi proposto à criação deste blog falando de fatos da regionalidade, identidade e cultura, foi cogitado a possibilidade de visitarmos uma aldeia indígena, onde já era de conhecimento de uma de nossas amigas de grupo, como faríamos? De que precisaríamos? Então analisamos as possibilidades e decidimos ir.

Além da permissão de visita precisaríamos da companhia de pessoas que conhecem e estão constantemente em contato com esta área, para tanto contamos com a colaboração da Guarda Ambiental de São Bernardo do Campo, que nos conduziu até a aldeia.

Muitas expectativas foram criadas, todas nós tivemos contato com índios através de materiais didáticos que dizem de forma errônea que são povos que foram colonizados na época do descobrimento e que, portanto vivem distante da realidade desta sociedade.

Os índios sempre foram ícones importantes mostrados nos livros, vivem da pesca, caça e se alimentam do que plantam, moram em ocas desprovidas de tecnologia, vivem na mata com arco e flecha em punho.
Parte de nosso caminho.

Enfim nossa visita aconteceu em um domingo nublado, carro na estrada e seguimos nosso caminho, atravessamos a balsa, e o percurso foi longo até Parelheiros em meio a estrada de terra e lama.

Estávamos ansiosas e muitas questões foram surgindo sobre o que encontraríamos e como esses índios vivem longe da população? Teríamos contato com eles de perto? Como seriamos recebidas? O que mudou ou o que ainda permanece durante todos esses anos, tantas questões a serem respondidas com a chegada ao nosso destino.


Parelheiros está situada na área 69 deste mapa, Região Zona Sul


Para nós foi uma oportunidade única de por algumas horas estarmos próximas desta comunidade, destas figuras históricas.
Ao nos aproximarmos da aldeia paramos alguns instantes e nos deparamos com um cemitério indígena, fato que nos deixou apreensivas, pois não é comum ver de perto covas tão rasas, junto a elas havia apenas os pertences que foram importantes enquanto tiveram vida, era de uma simplicidade ver aqueles pertences, porque isso não faz parte de nossa cultura, são costumes pouco peculiares as nossas vistas.


Cemitério Indígena, solo sagrado.

Continuando nosso caminho, em pouco tempo chegamos à aldeia, reparamos tudo a nossa volta, ficamos perplexas com a estrutura existente ali, o que já rompia com nosso imaginário. Encontramos uma família indígena conversando em uma língua desconhecida parecendo estarem falando de nós. Foi então que um senhor se manifestou e veio nos receber, se apresentando como o Pajé Pedrinho (Vulgo Wera) da Aldeia Krucutu, que entre uma conversa e outra, ficamos sabendo que aquele dialeto utilizado por eles era tupi-guarani que ainda se mantém vivo em suas linguagens. Estávamos surpresas por conversar com o pajé com seus 90 anos de idade e aparentando ter bem menos, usando jeans, tênis e fumando um cachimbo. Pensamos e os arcos e flechas? E o cocar? Todo mundo vestido? E o que mais encontraríamos?

Nossos amigos Indígenas.

Foi então que o Pajé nos apresentou o Cacique Nivaldo Martins (Roka Ju), que nos apresentou toda a aldeia, e nos explicou o significado de Krucutu que significa “Cravado na Terra”, pois eles vieram da cidade de Paraná em busca de cravar suas culturas aqui em São Paulo. O Cacique nos levou até a UBS que por sinal está em ótimo estado e curiosamente é gerenciado por eles mesmos, tem também a  escola  CECI - Centro de Educação e Cultura Indígena. Vimos também um grande campo de futebol entre tantas outras coisas necessárias para esta comunidade.
Escola da aldeia

Mas com o crescimento da população a área onde vivem começa diminuir e com isso surgem as dificuldades de manterem vivas suas tradições, para tanto surgiu à necessidade de fundar uma associação Guarani, com a intenção de organizar, melhorar e manter suas identidades e ajudar as famílias indígenas, onde com muita luta conseguiram alcançar muitos objetivos importantes para a sustentabilidade da aldeia.


Morada Krukutu.
Para nós foi de extrema importância ter estado na aldeia Krucutu, pois tivemos a possibilidade de expandir nossos conhecimentos e romper com nossa visão equivocada que a maior parte das pessoas tem ao falarem dos índios.
A luta é constante para que suas culturas perdurem por varias gerações, pois quantas aldeias, tradições e linguagens hoje já não existem mais. Para tanto também contam com a presença de meios de comunicação e tecnologia que já estão presentes nas aldeias, outro fato que nos surpreendeu, porem aprendemos que a população indígena não deve estar distante desta realidade o fato de estarem se comunicando através de outras redes favorece a interação social, a valorização de seus espaços e não permite que fiquem parados no tempo esperando serem engolidos pelo progresso.

UBS da aldeia.

Campinho de futebol.



Cacique Roka Ju 

                                                                                                          Por Janaina e Rilane

A presença cultural como fato gerador de mudança

                                                    
A carência de cultura dentre outros fatores importantes, acarreta na formação da cidadania, da conscientização e na falta de um olhar mais abrangente voltado as comunidades carentes de todo Brasil.

A população menos favorecidas prioritariamente necessita de contato com o teatro, com a dança como forma de ampliação da visão voltadas as linguagens diversificadas, principalmente ligada as culturas brasileiras que misturam crenças e ritmos,

A obtenção destes recursos também é uma maneira de nova oportunidade atrativa que não seja as drogas,e os meios obscuros que acham mais viáveis a sua alto destruição, porem entre tantas comunidades, tivemos a oportunidade de presenciar um interatividade teatral trazida ao bairro Jardim Calux por meio da prefeitura de São Bernardo,espetáculo propiciado pela Cia Baitaclã apresentando o Anuário Imaginário,interpretação feita por meio de músicas e histórias onde o calendário é o intermediador levando o espectador a vivenciar a diversificada cultura popular Brasileira.

Suas apresentações são descontraídas, interativas buscando comunicação e participação do meio, com apresentações em espaços alternativos.
O fato é que as pessoas aos poucos foram chegando e participando deste descontraído dia de Domingo, esta apresentação cultural é pouco ou nunca presenciado nas comunidades e quando surge passa despercebido pela população, pois não é comum e freqüente.

Cultura , diversidade e entretenimento devem fazer parte do nosso cotidiano seja nas escolas, nas ruas em todos os pontos acessíveis a população, deve ser comum e fazer parte das descobertas de nossas vidas e servir de influencia para nosso crescimento como sujeitos de transformação

       

Esta apresentação aconteceu em São Paulo, porém no Bairro Calux foi igualmente filmado, mas não houve exito ao inserir nossa gravação em  nosso  blog.
Por: Janaina

Ficou curioso acesse: baitacla.multiply.com  e saiba mais.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"BRASIL": Sinônimo de diversidade cultural!

No Brasil, mais que em qualquer outra nação, as pessoas são levadas a conviver diariamente com a diversidade. E que diversidade! Tal diversidade deveria ser motivo de orgulho para a nação brasileira, aqui o diferente convive com harmonia, lado a lado, uma convivência saudável, exatamente por ter o reconhecimento, respeito e singularidade pelo diferente e o diverso
Porém fala -se muito sobre nossas riquezas naturais e pouco se ouve falar sobre nossas preciosidades culturais que encontra- se nos diferentes segmentos da nossa cultura como, por exemplo, na música, religião e literatura.

Como no fragmento da estrofe da canção "Meninas do Brasil", música de Moraes Moreira e letra de Fausto Nilo diz:
“Deus me faça brasileiro

criador e criatura

um documento da raça

pela graça da mistura”


Por isso que a mistura,aqui,é realmente “Graça”,como diz a canção.Graça pela característica bela do povo brasileiro e graça pela a dádiva que foi concebida a nação brasileira que a torna única diante das outras 
nações

Por Débora Martins.

sábado, 20 de novembro de 2010

Dia Nacional da Consciência Negra


Construímos juntos

Em de 20 de novembro de 1695 morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Esta data foi escolhida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003 como o Dia Nacional da Consciência Negra.
Zumbi é um dos poucos personagens negros que a história brasileira relata, ele representou a luta do negro contra a escravidão, morrendo em combate, defendendo seu povo e sua comunidade, lutava para manter sua cultura. Infelizmente há um culto na história brasileira de que apenas os brancos participaram da construção da cultura brasileira. .
O Dia da Consciência Negra é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, a valorização da cultura. A data também é importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão, na luta contra o preconceito. Infelizmente em pleno século XXI há uma desigualdade grande em relação aos negros no mercado de trabalho.
As pessoas ainda julgam a cor da pele pelo grau de instrução, muitas vezes não dando oportunidade para o mais capacitado pelo fato de ser negro. Não basta apenas um dia para a valorização dos negros, da cultura e da nossa história, é necessário ter uma consciência dessa realidade, todos os dias, abrir os olhos para as desigualdades e preconceitos que acontecem na sociedade.
Afinal, o Brasil é construído por diversas etnias, culturas e crenças, devemos lutar todos pela igualdade plena, quem sabe um dia este sonho irá tornar-se realidade. O importante é ter a conscientização que todos os dias os negros, os brancos e os índios devem lutar por seus direitos.
Carla Barreto

Existe vida após a morte?

SIM! E eu sou prova viva disso. E este texto não trata de religião, crenças ou qualquer coisa parecida. Trata-se apenas de uma cidadã que sentiu na pele o descaso da saúde pública.
Enquanto políticos como Romeu Tuma que recebeu um coração artificial no valor de R$700 mil reais, tudo pago com verba do senado federal (ou seja, dinheiro público), pessoas como eu e você se quer recebem um tratamento no mínimo digno para um ser humano.
Fui vítima de um acidente de trânsito quando saía do trabalho e não tive o tratamento que esperava, fui encaminhada ao Pronto Socorro, como não tinha nada aparentemente quebrado e nem tão pouco sangue, apresentava inchaço no ombro e na perna, o médico afirmou que tinha sido apenas um susto, não solicitando nenhum exame. Fez apenas seu relatório atestando lesões leves, nada de raios-X, nada de exame.
Até ai tudo “normal”, mas o que o médico escreveu na guia de atendimento foi surpreendente. Quando já estava fora do Pronto Socorro resolvi ler o relatório, pois no dia seguinte teria que realizar novo exame, pois o acidente foi no deslocamento para minha residência, caracterizando assim acidente de percurso. Foi quando notei que no campo onde constava o motivo do atendimento, o médico preencheu “Óbito”.
É isso ai, eu não disse que existe vida após a morte? Porque além de me matarem, eu ainda assinei meu próprio óbito por estar atordoada e não ter notado tamanho erro.
Se não bastasse no dia seguinte passei por outro médico, e este mesmo relatório deve ter passado por no mínimo cinco pessoas, mas ninguém nem notou se tratar de óbito como motivo do atendimento.
Além de ter sofrido o acidente, sofri ainda na pela o descaso, me senti invisível perante a sociedade. Esta situação que vivenciei serviu para realizar uma reflexão sobre a invisibilidade social. Estou presente numa sociedade, porém não vivo na sociedade, sou apenas um objeto que faz parte do meio.
A indiferença que trataram o meu caso foi surpreendente, não pela falta de exame ou medicação, mas um incômodo com o fato de ter um documento público em mãos onde estava escrito o meu óbito ter passado por diversos órgãos públicos sem ser questionado.
Agora estou em dúvida será que realmente existo? Estou em uma situação de conflito pela qual Descartes passou, “Cogito, ergo sum” que significa "penso, logo existo". Mas será que apenas o fato de pensar, funciona para eu poder existir nesta sociedade capitalista?




Óbito?


Por Rilane Alves

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O povo da periferia - ndee Naldinho



 "Causa até aflição se deparar com tanta desigualdade e injustiça neste país.  O   lamento  da   letra  desta   música, em forma de desabafo e oração, me faz sentir isso. Vindo, com certeza, de quem viveu a realidade de ser pobre e de entender o que é morar aglomerado.
Muitos gostariam de falar, de gritar, de expor seus sentimentos para que alguém ouvisse e desse um jeito! Ouvir e viver este tipo de lamento é para muitos, porém, nas mãos de poucos está o poder de mudar essa realidade aflorada."

Por: Rosegiane Cardoso

Capitalismo, Desigualdade e Cidadania


Correndo contra o tempo


O espaço do cidadão livro de Milton Santos nos faz refletir sobre o nosso papel na sociedade. Traz como referência algumas palavras chaves: capitalismo, desigualdade  e cidadania. Esclarece-nos que somos cidadãos em busca de conquistas, por muitas vezes financeiras, não percebendo que somos submergidos pelo sistema capitalista, haverá sempre uma desigualdade e com desigualdades não é possível ter uma cidadania (direitos iguais para todos).
Ao iniciar a leitura do livro nos deparamos logo com a seguinte pergunta – Há cidadãos neste país? (pág. 7) - Esta pergunta por si só já nos leva a uma reflexão, será que realmente somos cidadãos ou estamos apenas inseridos em uma sociedade sem saber o nosso verdadeiro papel? São tantos direitos assegurados pela Constituição que por muitas vezes não passa do papel. São direitos menosprezados pelo Estado e esquecidos por nós “cidadãos”.
Fazemos uma releitura do nosso Brasil, onde a burocracia predomina todos os eixos da nossa sociedade. Santos vai descrevendo no decorrer das páginas as desigualdades que ocorrem no sistema burocrático para favorecer o bem estar ou ganho de determinada pessoa ou grupo social. Na página 20 o autor nos remete a um novo questionamento “Quantos valendo-se de uma simples decisão do Conselho Monetário Nacional, enriquecem de uma noite para o dia?, aumentando assim a desigualdade e não apenas social, mas também no campo da cultural, da política, do patrimônio material e imaterial.
Como em pleno século XXI, a nossa sociedade pode está caracterizada pela falta de energia elétrica aos “cidadãos” que moram na zona rural, com a desculpa do Estado de falta de recursos, são negados também a estes “cidadãos” saúde, educação, água e só para lembrar serviços que são essenciais para que uma pessoa viva com dignidade.
A cidadania é a busca do individuo pela consagração nesta sociedade capitalista, buscada para alcançar méritos em todos os espaços da sociedade, “... pois é a partir das conquistas obtidas que ele permanecerá alerta para garantir e ampliar cada vez mais sua cidadania” (SANTOS, pág. 80). O mais interessante é que o valor desse individuo cidadão se dá pelo espaço onde ele está inserido.
Os espaços são “testemunhas” das relações sociais, e este espaço é moldado a partir dos interesses do Capital, pois o sistema capitalista não foi criado para enriquecer a todos, para ter lucro alguém tem que empobrecer e ser explorada sua força de trabalho. Santos relata que o valor do homem depende do lugar onde esta inserido, depende da sua localização no território.
Ainda nos remete a refletir que pessoas com a mesma formação, mesmo salário tem valores diferente dependendo do lugar onde vivem. E quanto mais pobre for esta pessoa, mais desprovida estará de oportunidades de serviços públicos, com certeza residirá nos extremos das grandes cidades, não podendo assim ter a oportunidade de usufruir de alguns recursos públicos.
Santos afirma na pág. 90 que “... quanto mais longe dos centros do poder, mais difícil é ouvir a própria voz”, ou seja, esta parcela da população que vive no extremo da pobreza não conhece os seus direitos e se conhecem não sabem usá-lo. Submetem-se a salários de fome para poderem sobreviver, são salários indecentes, com isso, este individuo não é tratado como um verdadeiro cidadão pela sociedade. Mais uma vez sendo revelado a desigualdade presente na sociedade capitalista.
Estes indivíduos são personagens de uma história sem cidadania, estão locados em um espaço, mas não tem condições de usufruir este espaço, somente utiliza parcialmente por não ter condições financeiras para tal ação.
Milton Santos relata claramente no livro O Espaço do Cidadão que as desigualdades são por muitas vezes territoriais, pois deriva do lugar onde cada um se encontra (pág. 123). Sendo assim, para uma cidadania plena devemos tratar cada individuo como cidadão e não como um lugar. Cidadãos que devem ser respeitados como pessoas e não como um objeto.
                                                                     Por Carla Nascimento

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Enganos e desenganos

Lixo hospitalar jogado em terreno baldio
    Quando essa utopia, esse sonho insano de cuidar do planeta vai se tornar real? Vemos todos os dias centenas e centenas de meios de comunicação gritando por todos os lados, na esperança de serem ouvidos. Mas sempre que acaba voltamos para nossas vidas como se nada tivéssemos ouvido, visto ou memorizado. Continuamos com nosso individualismo, não pensando no depois, no outro e muito menos no amanhã. Como se tudo fosse durar para sempre.
    O lixo nunca é separado, a água é tratada como fonte inesgotável. E as pessoas cada vez mais desinteressadas jogando seus lixos e entulhos em qualquer canto vazio ou onde não tem ninguém olhando. Pode ser um papel de bala inofensivo, uma lata de refrigerante jogado em uma grande avenida, ou deixar seu lixo (salgadinhos, sucos, etc.) na carteira na faculdade. E mais tarde sei lá  o quê.
Lixo hospitalar
    E quando pensamos já ter visto de tudo, vem alguém burlando todas as leis e joga não só mais um papel de bala, mas joga também seu lixo hospitalar em qualquer canto. É isso mesmo, lixo hospitalar!E cadê os meios legais, cadê os aterros sanitários apropriados pra isso?
    A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define da seguinte forma os aterros sanitários: "aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos, consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza os princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessário."

Terreno em SBC - lixo hospitalar
     Onde ficou esquecida essa parte? Sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais? É preciso voltar para as coisas simples e importantes, deixando de lado essa utopia de cada um faz a sua parte. As grandes iniciativas acontecem em conjunto. É preciso denunciar, é preciso pensar no amanhã. Vamos nos sensibilizar e cuidar desse planeta de forma séria e respeitosa. Não importa se você irá usufruir ou não, com certeza as pessoas que você ama irá agradecer por deixar pra eles um mundo melhor. Eu fiz a minha parte, em conjunto com  outras pessoas preocupadas com nosso planeta, e você fará a sua?
                                                                             Por Rilane Alves



sábado, 6 de novembro de 2010

NÃO A XENOFOBIA

Encontro de regiões

Atualmente estamos vivenciando uma situação no mínimo vergonhosa para nós brasileiros,  por causa de comentários que foram postados numa rede social. Foram comentários de preconceito e desrespeitos contra as regiões Norte e Nodeste. Centenas de mensagens carregadas de ódio contra nordestinos, talvez um ódio que é comum ao ambiente social que estas pessoas vivem, já que são na maioria jovens pertencentes a classe média alta, talvez  influenciados pelas famílias e amigos, porém ao ganhar a mídia trouxe um sentimento de vergonha para os demais.
Fomos surpreendidos com comentários intolerantes contra os nordestinos, comentários estes que sinceramente me envergonharam não pelo fato de ser paulista (orgulhosamente com sangue nordestino), mas por ser brasileira. Antes ser paulista, carioca, baiano, alagoano... somos brasileiros e acima de tudo somos todos seres humanos, com direitos e deveres assegurados na lei.
O que mais assusta é que os cometários partiu de pessoas com um certo grau de instrução. Assusta porque teoricamente deveriam ser pessoas que respeitassem as diferenças, as regionalidades, mas pelo contrário, mostraram-se arrogantes e prepotentes. Estes cometários são incompátivel com os preceitos da Constituição Federal de que somos todos iguais, perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
A diversidade cultural faz parte do nosso país, são tantas culturas diferentes, músicas, sotaques, religiões, folclores, histórias de cada lugar deste imenso Brasil que compõem a particularidade de cada região, misturando-se em São Paulo, e assim criando as diversas histórias de lutas e superações deste estado.
Não somos obrigados a gostar de todos, porém temos a obrigação de respeitar as origens de cada CIDADÃO que constitui nossa nação.
E só para lembrar estas pessoas que talvez tenham esquecidos que “Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” (LEI Nº 7.716, art,. 1º, de 5 de janeiro de 1989) e que assim seja feito.
Carla Barreto

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Globalização ou Exclusão?

Milton Santos
   Nascido na Bahia em maio de 1926, Milton Santos tornou-se grande escritor e doutor na área da Geografia, lançou diversos livros polêmicos, audaciosos e originais que surpreendeu geógrafosde todo mundo. Por sua coragem de expor sua visão critica foi exilado na ditadura militar de 1964 a 1977, e nesse período lecionou em vários países. Lutou por suas idéias criticas e foi o único brasileiro a receber o premio Nobel de Vautrin Lud, ou Premio de Geografia.     Milton Santos fez grande crítica a globalização e ao sistema capitalista no mundo todo. Demonstrou através de suas criticas uma nova maneira de ver o crescimento mundial com as crises econômicas em diversos países, relata através de seu discurso que a globalização e o capitalismo andam juntos, se não tomar cuidado pode ser a destruição de uma nação.

Globalização, a luz brilhará para todos?
    O processo da globalização tem a filosofia de unir todos os países visando um crescimento econômico, cultural e social. Porém este discurso na prática não favorece a todos. No Brasil não foi diferente, privatizaram setores públicos com o discurso de que seria melhor para todos. Mas melhor para quem? Os países de terceiro mundo sofrem com este crescimento, o capital não é o mesmo para todos.
Além disso, presenciamos trabalhadores e mais trabalhadores perdendo seus empregos. Os únicos que ganharam foram os que já tinham o poder aquisitivo em suas mãos.
Como um país de terceiro mundo pode deixar se enganar com este discurso capitalista. Perdemos a Vale do Rio Doce, sem termos a possibilidade de questionar/opinar.
Em São Paulo, onde há uma busca incessante por riquezas e luxo a globalização instalou-se no centro, onde grande parte das empresas se concentra, aumentando cada vez mais a desigualdade social, tendo como atrativo o consumo deliberado.
Houve uma verticalização da cidade, e ao mesmo tempo uma divisão maior, dos que tem o domínio e dos dominados. As transformações que ocorrem através da evolução e do desenvolvimento dos espaços urbanizados faz com que ao mesmo tempo pessoas cresçam economicamente e outras empobreçam cada vez mais.
 Milton Santos um grande gênio, critico das desigualdades, cidadão indignado que o mundo perdeu no dia 24 de junho de 2001 aos 75 anos, em São Paulo vitima de câncer.


Grupo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Trabalhadores alienados

Trabalhador preso apenas po uma corda

            Onde antes só havia chão.
            Como um pássaro sem asas
            Ele subia com as asas
            Que lhe brotavam da mão.
            Mas tudo desconhecia
            De sua grande missão:
            Não sabia, por exemplo
            Que a casa de um homem é um templo
            Um templo sem religião
            Como tampouco sabia
            Que a casa quer ele fazia
            Sendo a sua liberdade
            Era a sua escravidão.
                          (Vinícius de Moraes)
Vinícius de Moraes em seu poema “Operário em construção” descreve a rotina de um operário alienado que produzia sem notar o que fazia. Quando este operário toma consciência do seu trabalho constata que ele produzia todas as coisas, inicia a partir desta consciência uma busca pela liberdade.
Poema este que cabe perfeitamente no nosso cotidiano. Quantas pessoas são alienadas pelo sistema capitalista que nem sequer dão conta da dimensão que seu trabalho resulta para a sociedade? É trabalho e mais trabalho tudo sem um propósito, não percebem que são sucumbidos pela supremacia do poder aquisitivo.
Se o trabalhador conseguisse adquirir a consciência de sua força de trabalho, perceberia que tudo é seu, todas as coisas são frutos de seu trabalho, de seu suor (lojas, roupas, a sociedade).
Porém, sair dessa alienação pode ser perigoso, pois, finalmente o trabalhador se daria conta de que é seu próprio escravo, escravo do seu trabalho.
Já imaginou como seria uma rebelião dos trabalhadores?
Não falo de greve, onde os trabalhadores brigam por salários e melhores condições, falo de rebelião  onde o trabalhador buscaria uma liberdade, buscaria  a conquista do que é seu, buscaria uma sociedade justa.
Justa; pois o que construiria seria seu de fato, não seria necessário pagar (quando o salário é suficiente) para utilizar o que construiu. Tudo bem, nada passa de uma utopia, mas sonhar, por enquanto, não paga nada.
Carla Barreto

domingo, 31 de outubro de 2010

Em busca da moradia

Viaduto Via Anchieta
O direito a moradia digna está previsto desde 1948 na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Na Constituição Federal este direito está previsto no artigo 6º, porém somente por meio de uma emenda de 2000, a habitação tornou-se direito do cidadão brasileiro. Ou seja, depois de 52 anos, todos os cidadãos brasileiros adquiriram o direito de ter um lugar limpo e seguro para ter como morada.
No papel tudo está maravilhoso, mas a realidade é bem diferente. Para ter moradia o cidadão necessita não apenas de uma casa, precisa ter infra-estrutura básica (água, esgoto, coleta de lixo...). Mas quantos e quantos brasileiros estão jogados a sua sorte, cada um por si e Deus por todos (se assim acreditar).
A imagem acima foi fotografada em um viaduto da via Anchieta, onde se pode notar que é, ou foi à casa de alguém, que segundo a Constituição, este alguém teria o direito a moradia digna, infelizmente nem todos são considerados cidadãos. Afinal de contas nesta nossa sociedade capitalista você vale o que você tem.
Gilberto Gil retrata muito bem esta situação na música “Nos Barracos da Cidade”, ele relata nos versos da música um conformismo com a situação da falta de moradia digna. Um conformismo tanto do cidadão, quanto dos governos que não fazem questão de mudar está situação, por interesses maiores.
“Nos barracos da cidade,
Ninguém mais tem ilusão
No poder da autoridade
De tomar a decisão
E o poder da autoridade,
se pode,não faz questão
Mas se faz questão, não
Consegue
Enfrentar o tubarão” 
                                         (GILBERTO GIL)
Mas vamos continuando buscando uma redenção afinal ordem e progresso pode ser a solução.
Carla Barreto

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

São Paulo... um preço a ser pago

wikipedia.org/wiki/Avenida_Paulista

Enorme! Multicolorido! Lugar encantador!
Ora pelo seu tamanho, outrora pelo que se pode alcançar aqui.
Ao chegarmos nos enchemos de esperança. Esperança de uma nova vida, de um novo recomeço.
Os sonhos em alguns momentos nos parecem tão próximos que basta esticarmos as mãos para que possamos alcançá-los.
...Um carro novo, a tão sonhada casa própria, o sonho de se formar e deixar de ser apenas mais um no mundo. Tem também aquele desejo quase incontrolável de mudar a vida daqueles que amamos e que deixamos longe.
Mas, de repente, quando tudo deixa de ser novidade e as luzes se apagam, vem à melancolia.

planetasp.blogspot.com

A prisão de viver numa cidade tão grande como São Paulo, aonde as pessoas correm tanto para ganhar dinheiro, corre para não perderem a hora, correm para superarem umas as outras.

Tantas lutas, tantas lágrimas para se manter de pé, que às vezes sentimos que as forças vão se esvaindo.
E só nos damos conta disso, quando nos invade a saudade, aquela saudade sem tamanho.
E já não importa mais tantas tecnologias. Os sonhos começam a  tornar-se vagos demais, fazendo com que nos tornemos escravos de nós mesmos. E o que mais se quer é voltar para o lugar de onde saímos. Seja lá do interior de Goiás, ou da Bahia, lá de Minas, ou bem pra lá do Pará.
Onde somos felizes com pouco...
Onde as famílias ainda se reúnem na hora do jantar, e também nas datas comemorativas.
Onde a benção ainda é importante, onde o dinheiro serve apenas para o necessário.
Por mais encantador que seja viver em São Paulo, por maior que consigamos ser, nada e ninguém nos tira a essência.
Carregamos conosco aqueles que amamos e nos final das contas é isso que nos fortalece, e o sonho que prevalece agora não é mais o de conquistar todas as coisas, porque depois de um tempo as coisas se tornam obvias demais, já provamos pra nós mesmos que podemos ir mais além. E o que permanece dentro de cada um é a vontade de voltar para os seus.
Voltar para sua simplicidade e perceber que quanto mais crescemos, mais nos preparamos para o que é verdadeiro.
São Paulo terra acolhedora, lugar de muitas etnias. Paulistanos encantadores.
Mas dizem que onde está o nosso coração, está então o nosso tesouro. 
E o meu tesouro está aqui...

ITUMBIARA-GO / Arquivo Pessoal

Por Rilane Alves


Raul Seixas -  Ouro de Tolo


PALPEBRAS

foto de Sebastião Salgado
No mundo você vale o que tem. O cidadão é visto de diversas maneira e com olhares sempre distintos uns dos outros e claro, dependendo muito do que você oferecer à esse mundo. Mas como estes olhos podem ser tão diferentes se a sua forma é a mesma? O que altera é a cor, a maquiagem que você quis usar, o tamanho (comparando com o de japonês), um óculos que você utilizar; é somente esse aparato em volta que faz a diferença visual, o que estes olhos vêem e quer falar só o corpo interno sente e transmite a verdade deste sentimento através do gesto, de um feito bom ou ruim dirigido a alguém. Estas sensações estão dentro de cada um, é individual e só você terá o domínio e saberá até onde vai chegar.
Os olhos da sociedade é que impõe o seu ritmo, você caminha conforme a maioria, pois é pouco quem ditam as regras e que mostra o que você vai comer hoje no jantar, se tiver, ou quem vai te fazer feliz com as doações de roupas dadas por aquela igreja na esquina.
Por isso, é favorável dormir, fechar os olhos, tentar sonhar. Sonhar não paga. Você viaja, pode entrar em qualquer lugar sem ser barrado ou mal visto, você pode ter outra vida “aquela que pediu a Deus” e ter vários momentos de felicidades.
“Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso”. Bertold Brecht
Por Rose

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lazer em São Paulo

 

Texto Fernando Pessoa/Arquivo Pessoal

Sabe-se que São Paulo é a capital da cultura e do lazer. Há neste espaço pontos turísticos como o Museu da Língua Portuguesa, Museu da Arte de São Paulo (MASP), Museu da Arte Moderna (MAM), Parque do Ibirapuera, Teatro Municipal, Centro Cultura de São Paulo, enfim, diversas opções para o aumento do conhecimento cultural e do lazer.Porém poucos têm acesso a esta diversidade cultural.
Milton Santos no livro O Espaço do Cidadão, pag. 90, relata que “Um resultado da planificação urbana capitalista combinada com processo especulativo do mercado é a distribuição desigual dos equipamentos educacionais e de lazer”, esta afirmação fica explicita se fizermos uma análise onde estão localizados os fixos de lazer (museus,  teatros, parques ...). Fica comprovado que estão concentrados no Centro Histórico e no Centro Expandido de São Paulo, ou seja, quem não reside próximo da região central deve-se deslocar-se para ter acesso ao conhecimento e diversidade cultural.

“Como certas áreas não dispõe de certos bens e serviços, somente aqueles que podem se deslocar até os lugares onde tais bens e serviços se encontram tem condições de consumi-las” (Milton Santos, 1987). Sendo assim a maioria da população de São Paulo não tem acesso a diferentes tipos de expressões artísticas, acabam isolados do que é seu por direito, muitas vezes não tem acesso à saúde e educação, imagine ao lazer.
Infelizmente temos mais uma confirmação de que os fixos (áreas de serviços públicos) estão cada vez mais longe dos fluxos (os cidadãos). Quantos nunca tiveram a oportunidade de visitar um museu? De vivenciar a arte, de sentar no Ibirapuera e relaxar?
O lazer em São Paulo esta restrito na maioria das vezes as pessoas que tem uma condição financeira favorável, podendo assim deslocar-se até os fixos, para aprimorar o seu apetite intelectual. Enquanto isso, os desprovidos financeiramente continuam a mercê do que não lhes são acessíveis.
Carla Barreto

domingo, 24 de outubro de 2010

Outro ponto de vista

Dona Jovita, 76 anos

Tantos têm uma visão que São Paulo é o único lugar do Brasil onde é possível conseguir alguma coisa. Uma visão de trabalho, de conquistas, o Estado das riquezas, uma visão capitalista.
Quantos migram para São Paulo com a ilusão de conseguir “vencer na vida”. Basta ir a Rodoviária do Tietê e ver quantos olhares perdidos buscando aqui alcançar os sonhos por muitas vezes esquecidos.
São famílias e famílias carregando na bagagem a esperança de uma nova vida. Talvez seja por isso que ao conversar com a dona Jovita, 76 anos, vinda do Maranhão apenas para uma breve visita, nos encanta a maneira que resume São Paulo, “Isso aqui é lugar de doido! Na hora de dormir acordam para trabalhar. Faz frio, faz calor tudo para atrapalhar. Nunca viria morar aqui, vocês não param. Na verdade o dia é muito pouco para tantos afazeres. Prefiro o meu cantinho, onde posso parar e ver o tempo passar.”
Será isso uma verdade? Quantos aqui podem se dar o luxo de parar para ver a vida passar? Parar para enxergar o que nos cerca, parar para ver com outros olhos as pessoas que convivem conosco no trabalho, na faculdade, até mesmo nas nossas casas. Acabamos sendo sucumbidos pela falta de tempo que o sistema capitalista nos obriga. Temos sempre a obrigação de conseguir mais e mais.
São Paulo não para, não para! Se um dia parar, onde será que vai parar?
                                                                                                              Por Carla Nascimento

sábado, 23 de outubro de 2010

Bezerra da Silva - Vítima da Sociedade


Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
Só porque moro no morro
A minha miséria a vocês despertou
A verdade é que vivo com fome
Nunca roubei ninguém, sou um trabalhador
Se há um assalto à banco
Como não podem prender o poderoso chefão
Aí os jornais vêm logo dizendo que aqui no morro só mora ladrão
Se vocês estão a fim de prender o ladrão
Podem voltar pelo mesmo caminho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho
O ladrão está escondido lá embaixo
Atrás da gravata e do colarinho.

Bezerra retrata perfeitamente o que muitas pessoas tentam maquiar, a descriminação escancarada de uma população submissa a desclassificação da classe social  dos menos favorecidos.
Por Janaína Almeida

                              
Sociedade Cruel


Fortaleza Ceara 1983/ por Sebastião Salgado
 
Vejo a insanidade de um povo que não enxerga o sujeito, a desigualdade humana é o fiasco desta sociedade capitalista que nos rodeia e que historicamente traz a essência da exploração, do maltrato, do descaso e da desumanização do ser, que se vê preso a esta realidade degradante.
Diante de tantos outros motivos e da existência efetiva da desistência humana, me torno fraca e sem coragem o suficiente para abrir a minha boca, e dizer em alto e bom tom, tudo o que esta trancafiado no âmago do meu ser, e então faço o que se torna mais comum a grande parte das pessoas que é: ver, ouvir, calar e por vezes consentir com esta tragédia da vida humana, que passa a ser comum as nossas vidas.
E direi deste infame pensamento que me atormenta e me revolta,que já passou da hora de eu ver, ouvir, criticar, me revoltar, falar e não calar diante da injustiça que assola o mundo e quem sabe começar a fazer a diferença.
Por: Janaina Almeida 

Criança/ por Sebastião Salgado.