Texto Fernando Pessoa/Arquivo Pessoal |
Sabe-se que São Paulo é a capital da cultura e do lazer. Há neste espaço pontos turísticos como o Museu da Língua Portuguesa, Museu da Arte de São Paulo (MASP), Museu da Arte Moderna (MAM), Parque do Ibirapuera, Teatro Municipal, Centro Cultura de São Paulo, enfim, diversas opções para o aumento do conhecimento cultural e do lazer.Porém poucos têm acesso a esta diversidade cultural.
Milton Santos no livro O Espaço do Cidadão, pag. 90, relata que “Um resultado da planificação urbana capitalista combinada com processo especulativo do mercado é a distribuição desigual dos equipamentos educacionais e de lazer”, esta afirmação fica explicita se fizermos uma análise onde estão localizados os fixos de lazer (museus, teatros, parques ...). Fica comprovado que estão concentrados no Centro Histórico e no Centro Expandido de São Paulo, ou seja, quem não reside próximo da região central deve-se deslocar-se para ter acesso ao conhecimento e diversidade cultural.
“Como certas áreas não dispõe de certos bens e serviços, somente aqueles que podem se deslocar até os lugares onde tais bens e serviços se encontram tem condições de consumi-las” (Milton Santos, 1987). Sendo assim a maioria da população de São Paulo não tem acesso a diferentes tipos de expressões artísticas, acabam isolados do que é seu por direito, muitas vezes não tem acesso à saúde e educação, imagine ao lazer.
Infelizmente temos mais uma confirmação de que os fixos (áreas de serviços públicos) estão cada vez mais longe dos fluxos (os cidadãos). Quantos nunca tiveram a oportunidade de visitar um museu? De vivenciar a arte, de sentar no Ibirapuera e relaxar?
O lazer em São Paulo esta restrito na maioria das vezes as pessoas que tem uma condição financeira favorável, podendo assim deslocar-se até os fixos, para aprimorar o seu apetite intelectual. Enquanto isso, os desprovidos financeiramente continuam a mercê do que não lhes são acessíveis.
Carla Barreto
Nenhum comentário:
Postar um comentário